A visitação turística em ambientes naturais deve ser rigorosamente planejada para gerar o mínimo possível de impactos negativos e possibilitar que os visitantes tenham uma experiência de qualidade, satisfazendo suas expectativas e alcançando os objetivos do ecoturismo, principalmente o de proporcionar a conservação da natureza. Para isso é importante estabelecer a capacidade de suporte do atrativo turístico, também conhecida como capacidade de carga turística.
A capacidade de carga de um atrativo turístico, ou capacidade de suporte, representa o nível máximo de uso por visitantes que uma área pode manter, ou seja, pode ser definida como o número máximo de visitantes sob determinadas condições, em uma unidade de tempo, de tal forma a não provocar modificações permanentes nos parâmetros relevantes do ambiente. Se este limite é excedido, os impactos ambientais poderão deteriorar a qualidade ambiental do meio.
A capacidade de carga é um conceito relativo que envolve considerações científicas que apresentam valores aos quais devem ser associados aos objetivos de manejo específico de uma determinada área. Para a determinação da capacidade de carga turística de uma área, é necessário conhecer as relações existentes entre os parâmetros de manejo da área e os parâmetros de impacto das atividades nesse local e desta forma tomar decisões para se estimar a capacidade de carga turística. Desta forma, tem-se a capacidade de carga como uma estratégia potencial para reduzir os impactos da visitação em áreas naturais que devem ser protegidas e conservadas, como RPPNs – Reservas Particulares do Patrimônio Natural.
A cidade de Bonito é um exemplo de gestão quando o assunto é capacidade de suporte em atrativos turísticos.
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As Diretrizes para uma Política Nacional de Ecoturismo (EMBRATUR, 1994) definem o ecoturismo como sendo “um segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista através da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações envolvidas”.
Embora a busca por esta modalidade de turismo esteja crescendo continuamente em todo o mundo, a prática de atividades turísticas sustentáveis ainda encontra muitas dificuldades no Brasil, principalmente pela falta de preparo do setor para operar dentro das normas e restrições que este tipo de atividade exige, e lidar com o público que busca tais experiências. Estes obstáculos podem inviabilizar a comercialização de empreendimentos que procurem seguir os conceitos do ecoturismo. Muitas vezes suas limitações acabam por encarecê-lo e torná-lo um produto cujo processo de comercialização seja mais complexo e detalhado, exigindo mais preparo e sensibilidade dos responsáveis pela venda, muitas vezes assim inviabilizando econônicamente o empreendimento.
O objetivo primordial de fazer turismo respeitando o meio ambiente, em detrimento de atividades massificadas e “predatórias”, é torná-lo sustentável, de modo que estes atrativos naturais e culturais estejam disponíveis indefinidamente. Isto possibilita às pessoas que atuam neste setor da economia uma oferta constante e duradoura de empregos. Ainda que em uma primeira análise a lucratividade seja menor, quando comparado a locais que não demonstram tais preocupações, em médio e longo prazo recupera-se este “prejuízo” através da conservação ambiental, que em última instância é a maior fonte geradora de recursos.
Os 7 princípios do turismo sustentável definidos pelo Conselho Brasileiro de Turismo Sustentável (2003):
1. Respeito à legislação vigente;
2. Direitos das populações locais;
3. Considerar o patrimônio e o valor das culturas locais;
4. Desenvolvimento social e econômico dos destinos turísticos;
5. Conservação do ambiente natural;
6. Sustentabilidade da atividade;
7. Planejamento e gestão responsável.